13 de agosto, dia do Neurocientista!

Autora: Gabrieli Bovi dos Santos, MSc.

13/08/2024

Para comemorar o dia do neurocientista, escrevemos um texto para explicar um pouco mais sobre essa profissão. Vamos começar do início? Os gregos antigos foram um dos primeiros povos a estudar o cérebro, para entender o seu papel, como ele funcionava e explicar os distúrbios neurais (1). A neurociência, como campo de estudo, abrange todo o sistema nervoso, com foco principal no cérebro, que é incrivelmente complexo e define quem somos e o que fazemos.

Sabe quantos neurônios tem no cérebro humano? Aproximadamente 86 bilhões, além de trilhões de conexões neurais (2). É o centro de nossas memórias, pensamentos e movimentos, e os neurocientistas investigam como esses neurônios se conectam entre si e com outras partes do sistema nervoso e do corpo (3).

A neurociência, desde então, evoluiu para uma disciplina complexa e ampla que estuda o sistema nervoso central e periférico, incluindo como esses sistemas influenciam o comportamento, as emoções, as funções cognitivas, os aspectos celulares, moleculares, evolutivos e computacionais – durante o desenvolvimento à degeneração do sistema nervoso (4,5). Além de estudarem sobre distúrbios neurológicos, psiquiátricos e neurodesenvolvimento.

Áreas de Atuação

Neurocientistas trabalham em uma variedade de ambientes, como universidades, institutos de pesquisa, hospitais e empresas de tecnologia, focando na pesquisa básica e aplicada. Eles se dedicam a entender a estrutura e a função do sistema nervoso, investigar as bases neurobiológicas de doenças neurológicas e psiquiátricas, e desenvolver novas tecnologias e tratamentos para melhorar a saúde mental e a qualidade de vida. Seu trabalho inclui desde a análise de neurônios e sinapses até a aplicação de novas técnicas para reabilitação e terapia.

Formação Acadêmica

Para se tornar um neurocientista, é necessário seguir uma trajetória educacional que geralmente inclui graduação em áreas como biologia, ciências biomédicas, psicologia ou neurociência. No Brasil, algumas instituições oferecem cursos de graduação em neurociência, como a Universidade Federal do ABC (UFABC). Após a graduação, é comum seguir para a pós-graduação, incluindo mestrado e doutorado, em neurociência ou áreas relacionadas.

Neurocientistas Brasileiros em Destaque

Neste Dia do Neurocientista, celebramos não apenas as histórias de sucesso na neurociência, mas também os desafios que moldam o futuro da área. Vamos explorar como avanços recentes estão transformando vidas e expandindo nosso conhecimento, e também olhar para as tendências emergentes que prometem revolucionar a maneira como entendemos e tratamos o cérebro.

Para destacar ainda mais a importância desses profissionais, apresentamos perfis de neurocientistas brasileiros que estão se destacando na atualidade:

Sidarta Ribeiro: Um dos principais nomes da neurociência no Brasil, Sidarta Ribeiro é reconhecido por suas pesquisas sobre sono, memória e consciência. Ele atua na neurociência do comportamento e é autor de livros como “O Oráculo da Noite”, que populariza a ciência dos sonhos. Além de suas contribuições científicas, Sidarta é um comunicador talentoso, promovendo a educação científica de maneira acessível e impactante (6,7).

Suzana Herculano-Houzel: Renomada internacionalmente por seu trabalho inovador na neurociência, Suzana Herculano-Houzel desenvolveu uma técnica para quantificar o número de neurônios no cérebro humano, trazendo novas perspectivas sobre a evolução do cérebro. Além de suas pesquisas acadêmicas, ela é uma divulgadora científica de destaque, escrevendo livros, artigos e colunista da Folha de São Paulo (8,9).

Stevens Rehen: Líder em estudos sobre células-tronco (iPS), Stevens Rehen é um nome de destaque na pesquisa sobre o desenvolvimento e a regeneração do sistema nervoso. Seu trabalho explora as aplicações de células-tronco para investigação dos mecanismos moleculares e celulares associados às doenças psiquiátricas, infecções virais e psicodélicos. Além disso, Stevens é conhecido por sua atuação na promoção da ciência no Brasil, buscando integrar avanços científicos à prática clínica (10).

Miguel Nicolelis: Reconhecido globalmente por suas pesquisas em interfaces cérebro-máquina, Miguel Nicolelis é pioneiro no desenvolvimento de tecnologias que permitem o controle de dispositivos externos pelo cérebro, como próteses robóticas. Ganhou destaque mundial ao possibilitar que um paraplégico chutasse uma bola na abertura da Copa do Mundo de 2014, usando um exoesqueleto controlado pela mente. Nicolelis também é fundador do Instituto Internacional de Neurociências de Natal (11,12).

Duda Franklin: Uma jovem neurocientista e empreendedora, Duda Franklin, aos 24 anos, já está revolucionando o campo da neuromodulação com sua startup, a Orby. Seu dispositivo não invasivo, o Ortech, promete devolver movimentos a pessoas com lesões neurológicas graves. Duda é um exemplo de inovação na ciência brasileira, combinando pesquisa avançada com a criação de soluções tecnológicas para melhorar a qualidade de vida das pessoas (13).